quinta-feira, 20 de janeiro de 2011


Aprendi a gostar como nunca achei possível gostar-se de alguém, estive feliz como nunca tinha estado antes, a minha vida deu uma volta gigante de um momento para o outro e passei a sentir-me preenchida, completa, não ligava a nada porque tu passaste a ser tudo (o que explica esta minha ausência repentina deste quase diário da minha vida), podia dizer de boca cheia que estava feliz! Apareceste do nada e por uns tempos conseguiste-me mostrar um mundo novo!
Sempre me disseram que quanto mais alto se sobe, maior é a queda, e eu estava bem lá no cimo até que num ápice tudo se desmoronou! Ainda não sei se fui eu que não fixei bem os degraus ou se tropecei, deslumbrada com o sítio tão alto que alcancei! Tão depressa apareceste como foste embora, entreguei-me de corpo e alma, dei tudo de mim e agora levaste tudo contigo, estou vazia, oca por dentro!
Não quero ver nem ser vista, escutar nem ser escutada, não quero sentir! Quero desaparecer por uns dias, ir para lugar nenhum e ser ninguém! Acordei a meio da noite de sobressalto na esperança que tudo tivesse sido apenas um pesadelo, peguei no telemóvel confiante de que encontraria uma mensagem tua como de costume, a luzinha não piscava, acabou, não há mais mensagens! A dura realidade apoderou-se de mim novamente, estou sem forças! Espremi tudo de mim e entreguei-to porque me transmitiste uma segurança e uma confiança irrisórias, levaste-me de repente e deixaste-me apenas o esqueleto, agora dorido e mole desta força estúpida que faço para não me deixar afundar!
Voltas na cama não! Quero voltar a adormecer porque é a única forma de me desligar de ti, é a única forma de não te desejar desta maneira assustadora, a única forma de não me dissolver mais nestas lágrimas constantes.
O despertador traz-me de volta para esta realidade cruel que humedece de imediato os meus olhos que já custam a abrir, continuo a implorar o teu abraço de bons dias, mas hoje é diferente, sei que não o vou ter! Estou a pedir a todas as forças superiores que não me façam sair daqui, este lençol abriga-me e esta almofada compreende-me, quero permanecer aqui, no escuro para não ver e no silêncio para não ouvir, enfim, tudo isto para não sentir!