sábado, 15 de maio de 2010

a última noite...


Quando saí de casa já sabia o que me esperava mas ainda não tinha caído em mim, sabia que era a ultima vez mas não esperava tal melancolia. Ainda hesitei visto que as circunstâncias não eram favoráveis à fuga, mas sabia que tinha de ser feito por isso deixei que um goticismo máximo me enchesse de coragem. Custou-me, mais do que alguma vez pensei que ia custar, porque apesar de pouco tempo, foi forte, diria até incómodo mas pela positiva, um incómodo saudável que me fez sentir bem enquanto durou.
Foi feio mas teve de ser, as palavras foram poucas, quase nenhumas, mas mesmo assim ainda houve espaço para alguns olhares, intensos, sem dúvida, e digamos que avassaladores.
Um “tchau” mutuo dito com alguma frieza de ambas as partes fez as honras da despedida e o barulho da porta a fechar multiplicou-se em eco na minha cabeça e deu também como encerrada uma pequena porta dentro de mim que, não há muito tempo, se tinha aberto, inesperadamente, clandestinamente, sem eu sequer ter dado por ela.

2 comentários:

  1. ontem repetiste vezes sem conta 'as coisas n acontecem por acaso'! foi assim pq tinha de acontecer, mas também terão (futuro) de acontecer pq vejo um acaso mt grande

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  2. nunca imaginei este cenário, confesso meu amor. "o que é teu, às tuas mãos há-de vir parar"

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